27 abril, 2013

ZELAI PELOS HOMENS E MULHERES DE AMANHÃ



O TRIUNFENSE, 27/04/13



Vivemos num tempo de comunicação interplanetária onde assistimos em nossas casas, ou até pelos celulares, o surgimento de guerras em nome de religiões e ideologias . Tempos que exigem que os pais cuidem mais de seus filhos para que não se fanatizem e cresçam sem o cultivo de dogmas e pertençam a agremiações duvidosas que acabam conduzindo estes homens e mulheres no nascedouro à uma infinidade de antagonismos, que não trazem nenhum benefício e só fazem crescer o ódio e a luta armamentista.

A maioria dos pais, ao se concentrar em seus próprios problemas, passa aos professores a responsabilidade e o bem estar dos filhos, como se a tarefa fosse concernente à escola, e só a ela. Muitos não estão se quer interessados na atual deterioração da moral e da ética, apenas querem que seus filhos sejam poderosos, que tenham maiores e melhores condições materiais, sem ensinar-lhes em paralelo o cultivo do amor, da fraternidade, da solidariedade. Parece não se darem conta de que o culto ao êxito estimula o conflito e a miséria.

 Amar aos filhos de verdade pressupõe estar em completa comunicação com eles, para que recebam uma educação que os tornem: sensíveis, inteligentes e integrados.

Há pais que estão mesmo é preocupados com a possibilidade de seus filhos virem a encontrar, o mais breve possível, uma ótima colocação no mercado. E por isso é importante que o educador se ocupe também de 'educar' a esses pais. Deve falar-lhes, explicar-lhes que o caos mundial é reflexo da confusão individual de cada um de nós. Deve esclarecer-lhes, que o progresso científico, em si, não pode trair/atrair a troca radical de valores existentes ao longo dos séculos. Deve abrir-lhes a mente, para que compreendam que a Educação nunca foi - e nunca será - apenas isto: colocação no mercado de trabalho.

Saídos assim de casa, crianças e adolescentes despreparados, chegam às escolas, e por isso, a menos que se tenha um desejo ardente de ensinar, não se deve ser professor(a)! É de suprema importância descobrir se possuímos este dom - ou não – para que não zanzemos à deriva na profissão como se ela constituísse apenas um meio como outro qualquer de ganhar a vida.

 O educador, aquele que merece ser chamado de mestre, é aquele que adoece de tristeza sem seus alunos, como os artistas que preferem morrer de fome antes de abandonar sua arte; e se alegram infindavelmente quando de troco assistem ao desabrochar de cidadãos de bem.

A verdadeira educação é uma tarefa mútua, que exige paciência, consideração e afeto. Condicionar o aluno a aceitar o ambiente prevalecente no mundo não pode conduzir ao desenvolvimento da inteligência. Estariam pais e professores amando às crianças e jovens quando ao educá-los fomentam a animosidade, através da competição e da ambição? Muitos pais induzem seus filhos a percorrerem caminhos que conduzem aos conflitos e a dor, educando-os mal, com palavras e com o próprio exemplo de sua conduta.

A primeira coisa que um bom professor deve se perguntar é se está educando seus alunos para tornarem-se apenas peças de engrenagem desse liberalismo avassalador ou se tem tentado, pelo menos, despertar neles seres humanos integrados, criadores, que ameaçam os falsos valores circundantes. 

A inteligência não tem nada a ver com 
passar em exames! A inteligência é a percepção espontânea que faz um homem forte e livre! Para despertar a inteligência de uma criança, devemos entender o que é inteligência, temos que examinar, em nosso foro íntimo, enquanto mestres, os obstáculos que nos fazem torpes e irreflexivos. 

Devemos questionar todos os valores que nos aprisionam, para que sejamos nós mesmos, por inteiro, íntegros. Infelizmente, todos somos vítimas de alguma classe de medo. E, como a bondade, o medo é contagioso... Mesmo que os temores do educador sejam ocultos, ele comunicará isto aos seus alunos e, mais dia menos dia, o contágio será visível. 

Precisamos mesmo é educar e orientar nossos alunos para a liberdade, terreno no qual sempre frutificará a generosidade, a afabilidade, a bondade e o amor. Pensem nisso. Namastê!


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