19 janeiro, 2013

ENTRE EDUCADORES E PAIS HÁ MUITAS PESSOAS IRRESPONSÁVEIS E DESPREPARADAS



O TRIUNFENSE, 19/01/13.

Toda criança tem o direito de viver as suas fantasias para aprender a ser criativa, inventar os próprios caminhos e apurar a sensibilidade. Ela precisa ter este direito assegurado para ser realmente uma criança e construir a sua realização como pessoa. 

No mundo da fantasia ela pode até alhear-se da dor que sente pela falta de atenção que recebe, pelas deficiências de sua educação e do excesso de inutilidades despejadas sobre sua cabeça, a pretexto de educá-la.


Muitos professores e pais - alguns até bem intencionados, mas equivocados -  procuram traços de caráter e valores que lhes parecem valiosos e desejam moldar todas as crianças num padrão único. Como reação, elas acabam trilhando um dos dois caminhos: ou adotam sinceramente suas sugestões; ou acabam fingindo sujeitar-se aos dogmas apresentados, só não sabemos por quanto tempo.


Quanto maior o esforço que uma criança faz para assumir uma máscara ou submeter-se à influência dos pais ou professores, tanto mais tempestuosa será a sua reação quando cansar de fingir, mesmo que inconscientemente.


Nesta ciranda de faz de conta, há pais e professores que fazem de tudo para ocultar seus próprios defeitos e atos condenáveis. Enquanto fingem-se de santos, a criança não tem permissão para criticá-los. Exigem-lhe que respeite automaticamente aos mais velhos, em vez de lhe ser dado o exemplo correto e o direito de julgá-los pelo que valem.
      
Como tanto os professores como os pais muitas vezes se cansam da vida agitada, barulhenta e instigante da criança, com os seus mistérios, suas perguntas e  perplexidades diante de descobertas e tentativas, muitas vezes mal sucedidas, elas deixam de ser respeitadas em suas individualidades. Eles podem acabar não vendo os esforços que certas crianças fazem para preencher, cuidadosamente, uma folha de papel e se limitam a constatar, friamente, que tal trabalho executado não é bom, não é bem feito, não está certo. E assim por diante.


O declínio do trabalho deste tipo de educador - considere-se aqui pai, mãe, professor ou professora - percorre muitas vezes, a seguinte trajetória: menosprezo, desconfiança, suspeita, espreita, flagrante repreensão, acusação, castigo e proibições, cada vez mais rigorosas e subsequentes traumas e recalques.


Não nos iludamos, entre os educadores e pais, como em qualquer outra função ou atividade, encontramos os sádicos, os brutos, os irresponsáveis, os que fazem filantropia, os mal intencionados, os mal preparados, enfim, uma lista enorme de tipos, sendo que entre eles estão, felizmente, os capazes e os amorosos. Reflitam sobre isso! Namastê!


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