07 setembro, 2013

Onde está o conhecimento que perdemos na informação?


 O TRIUNFENSE, 07/09/2013.

Estima-se que o volume de Informações produzido pela humanidade dobra a cada 20 anos. Mesmo imaginando a impossível atividade de lermos 10 h por dia, a uma média de 15 pág./h, sem finais de semana livres, que utilidade essa carga de informação teria?

 Se pensarmos que cada vez mais o conhecimento deve tender à globalização e não à especialização, como durante muito tempo se admitiu, veremos que é impossível acessar toda a informação ao mesmo tempo. Mais do que isso, qual seria a utilidade?

Apesar dessa constatação a escola – do 1º ao 3º Grau - continua tentando formar alunos como se ainda estivéssemos no século passado. Ensinando fatos, cobrando memorização, num nítido desvio de seu principal papel: o de ensinar a aprender. 

A maior parte da informação transmitida na escola é mero ruído, quando não se encaixa em algum modelo, quando não possui utilidade imediata. O indivíduo deve ser sabedor da existência de determinadas informações e de onde se localizam para que no momento adequado as acesse. 

Nesse sentido, é papel importante da escola criar ambientes de aprendizagem fundamentados na pesquisa, enquanto busca e avaliação de informações.

O profissional do futuro - e o futuro já começou - terá como principal tarefa aprender, pois para executar tarefas repetitivas existirão os computadores e robôs. Ao homem compete ser criativo, imaginativo, inovador. A carga horária de trabalho desse profissional cairá para 4, 5 horas. E dentro dessa carga, em torno de uma hora diária será dedicada ao que podemos chamar de produção propriamente dita e as demais serão usadas no estudo, na pesquisa, aprendizagem.

 Isso não é mera futurologia, pois hoje já existem profissões baseadas no conhecimento - e não na venda de força de trabalho. Uma única boa ideia justificará o salário de vários anos de um empregado numa empresa.

A escola está perdendo tempo, porque precisa preparar seus alunos para esta realidade, desde ontem. 

A sua tarefa mestra do Aluno-professor,  objetivo, meta, como queiramos chamar, é a de aprender a aprender, e aprender a fazê-lo com autonomia e excelência. O conceito de educação permanente será mais válido do que nunca. O homo studiosus como realização dos mais velhos sonhos humanistas, libertando o homem das tarefas desumanizantes - que qualquer máquina, robô ou computador pode fazer - e tornando a cultura, o saber e a arte sua principal tarefa. 

Neste cenário – e que venha logo esse futuro -  não haverá mais diferença entre escola e profissão. A hora é agora, não basta a lamúria, a mera boa-vontade ou mesmo a determinação política: temos que conhecer e utilizar os avanços da humanidade e integrá-los à escola. Por que a escola tem que ser mais atrasada e mais enfadonha do que a TV, o vídeo game e a internet ? 

Nenhuma criança demonstra mais atração por esta espécie de sadomasoquismo cognitivo de nossas escolas, e para sairmos deste impasse, uma das alternativas é o uso das novas  tecnologias educacionais. Pensem nisso. Namastê!


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