O TRIUNFENSE , EM 14/09/2013.
A criança pequena não distingue o moralmente bom do ruim, o amor
filial a induzirá a imitar os pais em suas qualidades e em seus defeitos.
Quanto
mais uma criança ama aos adultos que cuidam dela, mais passa a imitá-los e a
assumir seus valores, influenciando suas ações, conscientemente ou não. Ao
contrário, quanto menos os ama, mais negativamente reage na formação de suas
qualidades.
Mesmo quando um filho admira os pais, sente-se amado por eles e
deseja imitá-los não é fácil obter autodisciplina. Muitos pais não são tão
disciplinados como o esperado e não podem oferecer uma imagem clara a esse
respeito para que possam ser imitados.
E, até porque é preciso um número
infinito de exemplos paternos de autocontrole e paciência para ensinar os
valores deste tipo de comportamento e influenciar a criança a internalizá-los.
Adquirir
autodisciplina faz parte de um processo muito trabalhoso e contínuo, de
pequenos passos e muitas recaídas.
Por outro lado, toda criança sofre quando não é preferida,
enquanto a maioria dos pais prefere iludir-se, achando que ama aos filhos por
igual. Isso é impossível, os filhos são diferentes e não podem ser amados de
maneira idêntica pela mesma pessoa.
Em algumas famílias os pais não apreciam
muito um filho ou outro e não se comportam de maneira a inspirar admiração
amorosa. Ainda assim a vida é sábia e esse filho, que não admira ao pai – e, portanto
não deseja imitá-lo - pode encontrar uma outra pessoa para respeitar a imagem de quem
possa formar-se. É claro que isto só ocorrerá se o seu desejo de ser o preferido
- ou pelo menos um dos mais estimados - não for muito gravemente frustrado
pelos pais.
Já aquela criança que não conseguiu adquirir autocontrole numa
idade mais tenra seguindo o exemplo dos pais e se transformou num adolescente
rebelde, ainda assim pode sentir-se impelido – por necessidade inconsciente – a
encontrar um ‘mestre’ a quem imitar e possa buscar e encontrar alguém
indisciplinado.
Reparem, ‘indisciplinado’, para ter como modelo. Nesse caso, as
más consequências são inevitáveis, com o passar do tempo, e as crônicas
policias nos dão um amplo mostruário disso.
Se fôssemos mais conscientes e lembrássemos como nos sentíamos
cobrados, maltratados, quando éramos crianças e nossos pais nos forçavam a agir
de maneira disciplinada contra a nossa vontade, certamente nossos filhos/alunos
então estariam em situação mais cômoda, assim como nós, que teríamos muito mais paciência, compreensão e
disponibilidade para tratar do assunto disciplina.
A verdade é que, mesmo depois de adulto, quando muitos filhos
esforçam-se por serem diferentes de seus pais, nos momentos em que a emoção
prevalece vão agir, como aprenderam a ser, na sua mais tenra infância.
Portanto, pai, mãe, professor(a) de educação
infantil, corrija-se, auto-discipline-se, não esqueça que é o espelho da
criança com quem convive. Procure ser coerente, pensando e agindo em
consonância com os valores que apregoa, para não ‘ajudar’ a formar nenhum mau
caráter, psicopata ou pior ainda, um psicótico, que se perca ao evadir-se da
realidade por não suportar o desamor e a incoerência das pessoas que ama. Pense
nisto. Namastê!
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