O TRIUNFENSE – 06/07/2013.
A escola precisa tornar-se um bem público na acepção plena do termo, ou seja, servir a todos que a procuram, sem distinção, priorizando parcerias éticas entre crianças e adolescentes em geral, reproduzindo a humanidade como ela é, em toda a sua extensão.
Precisamos enquanto educadores nos
conscientizar de que talvez a raiz desta incompetência para resolver os
problemas da educação brasileira, de educar para a vida, para a cidadania,
esteja localizada na farsa dos contextos educacionais, à semelhança de seus
conteúdos desenvolvidos e valores cultivados.
A vida não é assim: só doentinhos
e com problemas de aprendizagem nas APAES e classes especiais, pobres e pouco
inteligentes nas escolas públicas, ricos e inteligentes nas escolas
particulares. A vida é tudo isto junto e muito mais, é polifônica e
multifacetada.
A construção de um mundo inclusivo não
deve ser luta restrita dos excluídos e das famílias de pessoas com deficiência.
A diversidade humana no seu todo e, mais especificamente a deficiência, podem e
devem se constituir em uma estratégia catalisadora da justiça social e do
fomento das redes de profissionais, conselhos e de entidades, governamen-tais ou
não, em prol de um mundo melhor, onde reine o respeito às diferenças e a ética,
para o bem-estar de todos.
Nós professores, a olhar para esta
sociedade preconceituosa e excludente, temos um quinhão de culpa, pois ajudamos
a formar estes cidadãos de quinta categoria que estão aí, tais quais os políticos
inescrupulosos que ao invés do bem público, pensam no seu próprio bem, como se
os votos que receberam da população lhe outorgassem o direito de se locupletar
com o dinheiro arrecadado do suor dos trabalhadores.
Formar cidadãos, enquanto estudantes,
não implica, necessariamente, em trabalhar, ensinar e praticar solidariedade,
flexibilidade, intuição, sensibilidade, criatividade, entre outros valores,
aliados à técnica e ao conhecimento acadêmico? Se não é na Escola que devemos
aprender a ser cidadão, aonde é então? Me expliquem.
As dificuldades e limitações de cada aluno (reais e
temporárias - ou não) não funcionariam como estímulo para o enfrentamento dos
desafios da vida comunitária que transcendem o conteúdo e os demais ensinamentos
que as salas de aula mal têm conseguido proporcionar aos alunos?
É difícil? É. Muito. Até porque enquanto educadores
temos que nos desnudar dos nossos preconceitos, receios e medos de falhar, de não aguentar tanta dor tão perto
de nós. Mas não há outro remédio, à luta, portanto, nós, muito mais do que
outro profissionais, podemos ajudar na
construção de um mundo melhor, mais humanitário, mais inclusivo. Este mundo que aí está não deve nos
servir, não pode nos deixar dormir sossegados. Pensem nisso. Namastê!
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