O TRIUNFENSE, 16/03/13
Mesmo
que a Educação esteja passando por uma crise séria, a tarefa de
educar se compara a de um artesão da personalidade, um poeta da
inteligência, um semeador de ideias. Quem afirma isto é Augusto
Cury, em ‘Pais Brilhantes, Professores Fascinantes’, editado pela
Sextante. A gentileza, a solidariedade, a fraternidade, a ética, a
tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as
áreas da sensibilidade, não podem ser ensinadas por máquinas, por
mais que a tecnologia venha a evoluir.
Além
de educar a emoção, precisamos ensinar os alunos a serem pensadores
e não repetidores de informação. A educação clássica apenas
transforma a memória num banco de dados, com informações de pouco
uso ou mesmo inúteis. Um bom professor se preocupa com as notas dos
alunos, enquanto um professor fascinante se preocupa em
transformá-los em engenheiros de ideias.
Mas
os professores também devem proteger suas emoções diante dos
conflitos dos alunos, é claro. Nestas horas, a melhor resposta é
não dar resposta alguma, silêncio. Respire fundo e surpreenda a
classe com gestos inesperados. Leve-os, com o coração aberto a
pensar, a mergulharem dentro de si. Não é fácil, mas é possível.
Com a emoção tensa fecha-se o território de leitura da memória,
obstrui-se a construção de cadeias de pensamento e agimos por
instinto.
Tenha
como meta levar os alunos a explorar o desconhecido para não terem
medo do fracasso, mas apenas o medo de não tentarem. Novas
experiências propiciam crescimento intelectual e geram
flexibilidade, pois só não muda de ideia quem é incapaz de
produzi-las. Professores fascinantes são também promotores de
autoestima, dando atenção especial aos alunos tímidos e aos
desprezados pelo grupo.
Segundo
Cury, os educadores erram muito ao
corrigir
publicamente um aluno porque podem gerar um trauma inesquecível que
controlará a vítima por toda a vida. A pessoa que erra deve ser
mais valorizada do que o erro. Expressar autoridade com
agressividade, é péssimo. Ser excessivamente crítico obstrui a
infância ou a adolescência. Punir quando se está com raiva e
colocar limites sem dar explicações é bastante grave. Os alunos
insuportáveis é que testam o nosso humanismo, porque por trás de
cada aluno arredio ou agressivo há uma criança implorando afeto.
Não cumprir a palavra dada é inadmissível, pois perdemos a
confiança, e confiança perdida dificilmente é restaurada. E o
sétimo,
e
maior
pelos educadores, na concepção de Cury, é a destruição da
esperança e dos sonhos dos alunos.
Os
jovens que perdem a esperança têm enormes dificuldades para superar
seus conflitos, por menores que sejam. Os que perdem seus sonhos são
opacos, não tem brilho, gravitam em torno de suas misérias
emocionais e nada produzem. Não esqueçamos que, como apregoa o
autor, “Os psiquiatras, os médicos clínicos, os professores e os
pais são vendedores de sonhos. Uma pessoa só comete suicídio
quando seus sonhos se evaporam, sua esperança se dissipa”.
Sejamos, pois, conscientes do que vendemos nas nossas salas de aula.
Pensem nisso ou leiam o livro comentado. Namastê!
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